Comportamento

Queda histórica da confiança altera hábitos do consumidor

Indicador caiu 22 pontos em abril e atingiu menor patamar desde 2015

Queda histórica da confiança altera hábitos do consumidor
Foto: MARLON COSTA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/PAGOS
  • Índice de Confiança do Consumidor atinge menor patamar em 5 anos
  • Famílias têm novos hábitos de consumo para lidar com orçamento mais curto, em função da crise do covid-19
  • Bens supérfluos, como bebidas alcoólicas, tem forte baixa

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Fundação Getúlio Vargas e divulgado nesta segunda-feira (27), atingiu 58,2 pontos em abril, após perder 22 pontos em relação ao mês anterior. É o menor patamar desde 2015, no início da série histórica, e demonstra o quanto a crise da covid-19 mexeu com o bolso das famílias e, por consequência, com a disposição dos brasileiros em comprar bens e serviços.

O pessimismo em relação a situação econômica também se mostra homogêneo entre as diferentes classes sociais. As perspectivas são ruins tanto para o presente, quanto para os próximos meses. O Índice de Confiança Atual (ICA) caiu 10,5 pontos na comparação mensal, chegando aos 65,6 pontos, menor patamar desde 2016.

Já o Índice de Expectativas, indicador que mede a confiança no futuro, teve queda de 28,9 pontos na comparação mensal, fechando em 55 pontos, menor valor da série.

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A queda histórica do indicador de confiança já é observada na prática. De acordo com o levantamento feito pela Nielsen Brasil com mais de 3 mil lares, as famílias estão comprando apenas o essencial para lidar com o orçamento mais curto durante a crise.

Segundo o estudo, as cestas de Mercearia Doce, Mercearia Salgada e Limpeza tiveram um salto de 23,9%, 22,3% e 27,9%, respectivamente. Na ponta dos supérfluos, as quedas foram expressivas. Bebidas alcoólicas e produtos de Higiene&Beleza, por exemplo, tiveram queda de 17,4% e 4,3%.

“O brasileiro se abasteceu com o básico, por isso o crescimento de cestas de Mercearia e Limpeza. Mas outros itens, principalmente dentro de Higiene&Beleza e Bebida Alcoólicas retraem, visto que não são considerados essenciais neste momento de pandemia”, afirmou Patrícia Almeida, especialista em entendimento do Consumidor da Nielsen Brasil.

Entretanto, mesmo com o orçamento mais curto, 91% das famílias brasileiras declararam estar mais preocupadas com a saúde do que a situação financeira.

“Desde 2014, as finanças pessoais eram o principal ponto de preocupação e agora isso vem em segundo lugar. É um movimento natural a consciência da população diante de uma crise sanitária”, afirmou Almeida.

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